A nova pandemia: ameaças digitais se multiplicam e os negócios devem se vacinar

Nos últimos anos, testemunhamos um crescimento alarmante das ameaças digitais em todo o mundo. A transformação digital acelerada pela pandemia e a dependência cada vez maior da tecnologia resultaram em um aumento significativo no número de violações de segurança cibernética. Podemos considerar que já estamos enfrentando uma verdadeira pandemia cibernética. Em 2022, os ataques ultrapassaram a marca de 12 mil, representando um aumento preocupante de 38% em relação aos números registrados no ano anterior, de acordo com o Relatório de Tendências em Cibersegurança da SEK (Security Ecosystem Knowledge).

Na América Latina, as violações de segurança representam cerca de 10% do total global, com 180 casos públicos registrados. Infelizmente, o Brasil destaca-se como o país mais afetado, respondendo por 42% dos casos. Em seguida, encontra-se México (14%), Argentina (14%) e Colômbia (10%). Esses números são um chamado à ação mais efetiva de proteção para os negócios nestes países que vem mais frequentemente sofrendo ataques por conta da imaturidade de boa parte das empresas da região com relação à cibersegurança.

Dentre as principais ameaças que se espalham como uma epidemia por todo o planeta destacam-se os ataques de negação de serviço (DDoS), a atividade de Comando e Controle e o Ransomware. Os ataques DDoS visam sobrecarregar os sistemas-alvo, tornando-os inacessíveis aos usuários legítimos. A atividade de Comando e Controle é um mecanismo que permite que os invasores controlem remotamente os sistemas comprometidos, podendo roubar dados sensíveis ou usar esses sistemas para lançar ataques em larga escala. Por fim, o Ransomware consiste no sequestro de dados da vítima, seguido da cobrança de um resgate para restabelecer o acesso às informações.

Diante dessas ameaças em constante evolução com o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias como a Inteligência Artificial, é fundamental que as empresas adotem uma estratégia de segurança abrangente para proteger seus sistemas e dados. O relatório da SEK destacou alguns elementos cruciais para enfrentar esses desafios.

Em primeiro lugar, a adoção de tecnologias de ponta e serviços contínuos especializados para proteção dos sistemas e dados é essencial. Isso inclui a implementação de soluções de segurança robustas, como sistemas de detecção e prevenção baseados em IA, soluções de controle de acesso tendo em vista o cenário híbrido de trabalho remoto, e um olhar especial de proteção para o ambiente cloud que vem crescendo fora da visibilidade da TI. Cabe salientar que é necessário contextualizar as soluções de segurança para o risco de negócio, protegendo a joia da coroa, sempre buscando serviços especializados de excelência.

Além disso, as empresas devem implementar políticas sólidas de segurança cibernética. Isso envolve a definição de diretrizes claras para o uso adequado dos recursos digitais, a aplicação rigorosa de políticas de senha segura e a restrição de acesso apenas às pessoas autorizadas. A conscientização dos funcionários sobre práticas e comportamentos seguros no ambiente digital e a importância de relatar qualquer incidente de segurança também desempenham um papel fundamental na proteção dos negócios.

Por fim, a oferta de educação e treinamento eficazes para o pessoal é de extrema importância. Os colaboradores de uma organização devem ser devidamente informados sobre as ameaças digitais mais recentes e capacitados para identificar e lidar com possíveis ataques. A criação de uma cultura de segurança cibernética, em que todos os membros da empresa estejam comprometidos com a proteção dos dados é um passo importante para fortalecer a postura de segurança de uma organização.

Em um mundo cada vez mais conectado, as ameaças digitais são uma realidade com a qual as empresas precisam lidar. É preciso reconhecer a importância de uma estratégia de segurança abrangente e implementar as medidas necessárias para proteger os sistemas e dados corporativos. A segurança cibernética não é mais apenas uma preocupação para a área de TI, mas uma responsabilidade de todos os níveis e departamentos de uma organização.

Portanto, é hora de agir. Assim como a pandemia de Covid-19 se beneficiou da vacinação para ser controlada, o momento agora é de combater o avanço do crime cibernético com investimentos em resiliência e imunização dos negócios, com adoção de tecnologias avançadas e serviços especializados de excelência que possam fortalecer as políticas de segurança das empresas, assim como educação de todos os funcionários. A prevenção e a proteção são as melhores armas contra as ameaças digitais. Juntos, podemos construir um ambiente digital mais seguro e proteger nossos negócios contra a nova pandemia que assola o mundo: as ameaças e crimes cibernéticos.

 

*Fernando Galdino é diretor de Portfólio e Estratégia da SEK, provedora de soluções e serviços de cibersegurança voltados a apoiar as empresas a lidar com ameaças digitais complexas.

 

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