Expectativa é que a transação eleve a receita da companhia no Brasil em quase 50%, passando dos atuais US$ 100 milhões para US$ 140 milhões.
Por Natália Flach, Valor — São Paulo
A provedora de sistemas e serviços de cibersegurança SEK, que tem a gestora Pátria como investidora, está comprando a companhia de segurança da informação Proof, sediada no Rio de Janeiro. A expectativa é que a transação eleve a receita no Brasil em quase 50%, passando dos atuais US$ 100 milhões para US$ 140 milhões. O valor da aquisição não foi revelado.
A Proof vai contribuir para o aumento do quadro de funcionários, com a chegada de 120 profissionais. Assim, a equipe da SEK passará a contar com 400 pessoas no Brasil e mais de 1 mil na América Latina. A operação também vai acrescentar 100 clientes ao portfólio da investida do Pátria, que conta com uma carteira de 1 mil empresas.
Mauricio Prado, CEO da SEK, diz que a companhia continua com o radar ligado para novas aquisições, sendo que algumas operações podem ser anunciadas ainda neste ano.
“Estamos sempre tentando identificar empresas com atuações plurais ou complementares e que tenham escala e ambição para crescer”, afirma Prado, acrescentando que enxerga nos Estados Unidos, Europa e na própria América Latina. “O objetivo é nos tornarmos cinco vezes maiores do que já somos até 2027.”
Consolidação
Consolidações fazem parte da história da SEK. A companhia nasceu da união entre a Proteus e a NeoSecure com orquestração do Pátria, que captou um fundo de US$ 250 milhões com o intuito de transformá-la na principal companhia de cibersegurança da América Latina. Em abril do ano passado, fez sua primeira aquisição: da startup brasileira especializada em verificação de vulnerabilidades na nuvem CleanCloud.
Hoje, além da sede no Brasil, a empresa tem operações no Chile, Argentina, Colômbia e Peru. Tem ainda centros de pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos e em Portugal.
Segundo Prado, o avanço da inteligência artificial vai potencializar os ataques hackers daqui para frente. Um levantamento da Allianz Commercial aponta que o custo anual relacionado a sequestro de dados (ransomware) será de US$ 265 bilhões até 2031. O executivo acrescenta que os crimes cometidos por hackers movimentam por ano US$ 10 trilhões. “Se fosse o produto interno bruto de um país, estaria atrás apenas dos Estados Unidos e da China.”
Nesse sentido, Prado entende que as consolidações feitas pela SEK ajudam a identificar padrões de ataques. Isso porque um crime cometido no Chile pode dar pistas sobre brechas no Brasil e vice-versa. “Quanto mais avançada a tecnologia de IA, mais empresas ficarão expostas, porque os criminosos passam a ter um arsenal maior”, afirma. “Por isso, fazemos um trabalho de educar as companhias sobre a importância da cibersegurança. Afinal, os riscos são altíssimos.”
Leia a matéria completa aqui.